O Copião: a perda da autenticidade

17/06/2025 por Ricardo Gonz

Autoconhecimento

Quando alguém copia, não percebe que o que torna um trabalho único não é o formato, e sim a autenticidade que ele carrega. A verdadeira força está no caminho, nas reflexões e no eixo lógico que sustentam cada ideia.

Nesse artigo compartilho os bastidores de qualquer processo autêntico, onde existe algo que não é visto: o tempo investido, os fracassos vividos, os desafios internos e a sabedoria que só vem com a experiência.

Autenticidade como Sinal de Profundidade

Quando criamos algo com verdade, seja um curso, um retiro ou um programa de transformação pessoal, ele carrega mais do que métodos. Carrega história, presença e alma.

Digo isso não só como alguém que observa esse movimento no mercado, mas como quem já viveu isso na pele.

Por isso, quando alguém tenta copiar esse processo, é natural que doa. E não apenas por uma questão de propriedade intelectual, mas por uma sensação de invasão: estão tentando reproduzir o que você construiu com tanto cuidado, a partir da sua própria jornada, do tempo de estudo, das suas cicatrizes e da sua experiência vivida.

Mas é justamente aí que entra o paradoxo, essa cópia é também um sinal.

A dor, inspiração e transformação

É desconfortável sentir que está sendo copiado, eu sei bem como é isso. Mas também é um reflexo do seu impacto.

Quem copia, na maioria das vezes, está reproduzindo aquilo que tocou profundamente. É um reconhecimento silencioso. Uma demonstração de que você criou algo vivo, funcional e inspirador.

É natural termos nossas referências que sirvam como base para novas criações, mas tenho notado uma perda forte de autenticidade, onde as pessoas não fazem mais questão de incluir sua essência e profundidade no processo.

Copiar é extremamente mais fácil e rápido, principalmente com as novas tecnologias que existem hoje. Talvez essa facilidade esteja modificando o comportamento humano nesse sentido.

Por mais desconfortável que seja observar e sentir isso, também compreendi que o impulso de querer “fazer igual” surge porque algo no nosso trabalho desperta, no outro, um desejo real de transformação. E isso é potente.

O Aspecto Incopiável

Pode-se copiar um cronograma, um formato, até mesmo o nome ou a linguagem. Mas a experiência real que você oferece, ninguém consegue replicar sem ter atravessado, verdadeiramente, o caminho que te trouxe até aqui.

Porque o que você entrega vem da escuta, da compaixão, da intenção sincera de servir. E isso é invisível aos olhos, mas profundamente sensível ao coração de quem vive.

E há algo ainda mais invisível e absolutamente incopiável: o caminho do raciocínio que te levou até suas ideias.

A construção de uma ideia verdadeira exige um processo que não aparece no feed, no roteiro ou na vitrine. Exige observação, reflexão, questionamento e honestidade.

Esse caminho tem nome. É o que chamamos de eixo lógico, a trilha que estrutura um pensamento e explica como você chegou a determinada conclusão, decisão ou formato.

Sem esse eixo, o que sobra são ilusões, ideias que parecem verdadeiras, mas não se sustentam. São construções frágeis, superficiais, desconectadas de um fundamento real.

Por isso, criar com autenticidade não é só ter uma boa ideia, é saber como ela nasceu, quais perguntas ela respondeu, quais erros e aprendizados ela carrega, e quais experiências ela se apoia.

Esse é um dos maiores diferenciais de qualquer trabalho vivo, “a capacidade de contar a história da sua ideia”. Mostrar como ela foi construída, quais raciocínios te trouxeram até ali e qual valor ela entrega de verdade.

Quem não percorre esse caminho oferece apenas uma casca. Uma cópia do que parece funcionar. Mas cedo ou tarde, isso se esvazia, porque não tem raiz, não tem coerência interna, não tem pulsação.

Foi exatamente a partir dessa reflexão e dessa vivência que nasceu a Mentoria Manifesto.

Percebi que era necessário abrir um espaço seguro, ético e estruturado para apoiar pessoas (terapeutas, professores de Yoga, médicos e profissionais da saúde) que querem criar seus próprios programas, projetos e retiros de autoconhecimento com autenticidade. Criando experiências transformadoras a partir da sua própria jornada.

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A Fragilidade da Superficialidade

Talvez a lição mais importante de tudo isso seja lembrar que a fonte é inesgotável.

Os atalhos não sustentam uma jornada. A superficialidade não resiste ao tempo. E os processos copiados, sem alma, cedo ou tarde, se esvaziam.

Continue caminhando com verdade. Continue sem pressa, mas com clareza do caminho. Compartilhe o que pulsa e oriente quem está começando, se isso fizer sentido.

Lembre-se: você é a fonte, não o formato.

E isso ninguém pode copiar.

Ricardo Gonz

Ricardo é Fundador do Origens Intensive, há mais de 6 anos guia pessoas em jornadas de autoconhecimento por meio da escalada, meditação e ciência Yóguica.

Formado em Administração de Empresas, é professor de Yoga pela Kailash Yoga (Florianópolis) e possui certificação internacional em Bodhi Medicine, sob orientação do Dr. Nirdosh Cora, integrando medicina convencional, leis biológicas, cura natural e meditação para promover equilíbrio e bem-estar.

Sobre o autor

Ricardo é Fundador do Origens Intensive, há mais de 6 anos guia pessoas em jornadas de autoconhecimento por meio da escalada, meditação e ciência Yóguica. Formado em Administração de Empresas, é professor de Yoga pela Kailash Yoga (Florianópolis) e possui certificação internacional em Bodhi Medicine, sob orientação do Dr. Nirdosh Cora, integrando medicina convencional, leis biológicas, cura natural e meditação para promover equilíbrio e bem-estar.

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